Os Ex-Cavaleiros organizam a jornada de Junho do Campeonato de Quiz de Cascata, o Quiz em Cascata foi entrevistar aquele que é considerado a estrela desportiva da equipa. Rodrigo Castro, estreou-se no Campeonato em Janeiro de 2012, logo como organizador, cedo deu para perceber que tinha chegado à Cascata um dos melhores jogadores nacionais.
Amigo do seu amigo, o Rodrigo destaca-se no mundo do Quiz por conseguir quase invariavelmente por deixar para trás todos os jogadores nacionais nos quizes individuais. Ainda procura o primeiro título na Ajuda, mas a equipa está próxima da liderança.
QeC: Apesar de
contarem com a experiência do João Silva na equipa, segundo sei, não contaram
muito com a sua ajuda para a execução do Quiz; sentiram-se à vontade na
elaboração do quiz sem a vantagem do factor JS?
RC: O JS não esteve
fisicamente presente na nossa assembleia geral, mas, além de ter enviado a sua
quota-parte de perguntas, o seu espírito tutelar pairou sobre as nossas
cabeças, o que constituiu um factor extra de motivação e dores de cabeça.
Portanto, João Silva esteve sempre connosco. Se a coisa correr bem, ele deu o
seu pequeno contributo. Se correr mal, a culpa foi dele.
QeC: Fizeram um Quiz à vossa medida
ou tentaram equilibrar mesmo por áreas de interesse que não dominam tão bem?
RC: Foi
uma preocupação que amiúde nos assaltou o espírito; a verdade é
que é bestialmente difícil arranjar perguntas giras sobre direito
administrativo e contabilidade. Mas penso que teremos uma pleiâde de perguntas
razoavelmente variada, incluindo até perguntas do Fernando. Não posso deixar de
mencionar aqui os Ex-Cavaleiros honorários Rute e João Pedro que, como membros
da nossa equipa spin-off 100 Stress, também deram o seu mui valioso contributo.
QeC: Que tipo de perguntas no
campeonato de Cascata te faz pensar no regresso da palmatória?
RC: Perguntas
estupidamente fáceis ou perguntas estupidamente difíceis. Tipo "Quem foi o
primeiro baterista dos Sonic Youth?" ou " Quantos Campeonatos
nacionais de futebol foram ganhos pelo Benfica?". Ou ao contrário, se
quiserem.
QeC: Achas que o Fatela vai
protestar com muitas perguntas? Sentes que é desta que ele vai chegar a roupa
ao pelo de alguém da organização?
RC: Não
só acho, como o espero. Seria estranho se tal não acontecesse. Quanto às vias
de facto, não me esqueço da primeira cascata em que participei (logo como
organizador) quando o Fatela interagiu de forma bastante intensa com o Jorge
Páramos dos Mamedes; o grande Júlio Alves até comentou que há anos que estava à
espera de ver porrada nos quizes. Não foi dessa vez. Pelo sim, pelo não, vou
levar um açaimo na sexta-feira.
QeC: Sentes muitas vezes, na Ajuda,
"esta é minha, se mais alguém acerta esta faço o pino nu"?
RC: Se
eu pensasse assim, já tinha andado de pernas para o ar todo nu na Ajuda muitas
vezes. Considerando que não consigo fazer o pino, a ideia (e a imagem) de me
estatelar no chão em pelota não é lá muito agradável. Para ninguém. Mas já
todos nós passámos por isso, certo? Certo?
QeC: Este ano é o ano dos
Ex-Cavaleiros ou ainda vos falta qualquer coisa para chegar ao título?
RC: Este
tem sido um ano relativamente bom para nós, mas os Fónixes e os Mamedes já vão
bem lançados e não me parece que vão abrandar. Seja como for, isto ainda não
vai a meio e prognósticos só depois do lavar dos cestos, ou lá o que é.
QeC: Recentemente, ficaste em 163º
no Campeonato do Mundo (uma boa prestação, numa prova com mais de 2 000
participantes), és de longe o melhor quizeiro português, mas em Portugal ainda
estamos longe dos melhores do Mundo, o que achas que nos pode aproximar? E qual
a razão (ou razões) para esta distância para os melhores?
RC: Precisávamos de mais apoios do Estado,
subsídios para enciclopédias, almanaque Borda d'Água, TV por cabo, banda larga,
assinaturas da National Geographic, da Caras e da revista da Cristina Ferreira,
por forma a podermos cobrir todo o espectro do conhecimento humana de forma
continuada e consistente. Senão, não vamos lá.
QeC: Que preparação vais fazer para
o Campeonato da Europa?
RC: Já
comecei a estudar os roteiros turísticos de Roterdão, nomeadamente vida
nocturna, salões de massagens, coffee shops e onde é que se pode beber boa
cerveja. Quanto à competição propriamente dita, vou apostar nos monarcas da
Hungria pré-otomana, teorias macroeconómicas, moda e perfumaria e,
inevitavelmente, cricket.
QeC: Achas que faltam outras
competições de Quiz no panorama lisboeto-nacional?
RC: Seria
interessante haver um campeonato regional ou mesmo nacional, em moldes quiçá
semelhantes aos dos campeonatos europeu/mundial. Seria uma forma de dinamizar a
comunidade quizística local e nacional, e talvez um primeiro passo para a nossa
prestação internacional começar a ser mais sólida. Isto talvez responda à tua
pergunta mais acima. Tenho a certeza de que há muito talento escondido a
hibernar em inúmeras cavernas deste lindo Portugal.